domingo, 26 de outubro de 2008

As sapatilhas salvíticas - ou Porquê hoje é domingo....



Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.Salmo 139:16




Será que quando nascemos já estão escritos os nossos dias aqui na terra?
Será mesmo que somos como marionetes nas mãos do destino, ou meros atores representando nossos papeis pelos palcos da existência?

Sinceramente não sei...

Mas porquê tantas indagações filosóficas?

Explico. Hoje, um pouco depois do meio dia estava eu numa das lojas de uma grande rede de supermercados comprando o almoço da família, o pedido já tinha sido feito e a gentil atendente pesado e embalado e deixado sobre o balcão estufa o meu pedido. Ao recolher as embalagens, nem sei explicar como, numa fração de segundos fui arremessada por quase dois metros, minha visão ficou turva, ao tentar me levantar vi que minhas pernas tinham vida própria debatiam-se desordenadamente e em embora eu quisesse me levantar elas não me obedeciam. As pessoas saíram de perto, nem mesmo sei se entenderam que tratava-se de choque elétrico.
Um simpático jovem de nome Leornado abaixou-se e disse: Senhora está me ouvindo, consegue levantar-se? Vou ajudá-la. E assim fez, ao levantar-me estava lívida com a respiração ofegante, e as pernas trêmulas, além de uma dor aguda no cóccix.
- Ainda não estou bem, o Senhor é o gerente?
- Não, não... sou cliente.
- Por favor chamem o Gerente, disse a um funcionário.
- Porquê hoje é domingo, e não temos gerente só encarregado.
- Tragam uma cadeira por favor, disse minha filha que só então percebeu que algo estava acontecendo comigo.
Trouxeram uma cadeira de rodas.
- Por favor tem equipe de primeiros socorros aqui?
- Tem sim funcionários treinados, mas não hoje, porque hoje é domingo...
- A gerente, cadê a gerente , ou encarregada que substitui a gerente
A gerente (encarregada, substituta eventual do gerente) apareceu ficou a alguns passos de mim, não me dirigiu a palavra e falava com alguém no celular.
- Senhora por favor venha me atender...
- Que foi que aconteceu?
- Acabei de tomar um choque de 220 volts, fui arremessada com violência no chão , cai me debatendo no chão, fui ajudada por um cliente, cadê vocês?
- A senhora tá sentindo alguma coisa?
- Sim: humilhação, vergonha, dor na coluna... cai de pernas abertas me debatendo... e ninguém da casa pra prestar algum socorro.
- A senhora quer que eu chame uma ambulância?

A minha filha tomou a palavra e as negociações. Claro que vocês devem chamar uma ambulância, é o mínimo, um médico deve avaliar o estado de minha mãe.
- Após alguns minutos, novamente a encarregada informa que a ambulância não pode vir resgata-la porque a senhora não está desmaiada.... vou chamar um táxi.
Após duas horas do acidente fui atendida enfim, pressão 15X9, batimentos cardíacos normais, dor localizada nas últimas vértebras, prescrição de analgésicos e antiinflamatórios.
Agora só uma dorzinha persistente no cóccix, que me impede de ficar sentada , ou muito tempo em pé, uma história bizarra pra contar, e uma certeza - a gente só morre no dia certo, um agradecimento a Deus pelo livramento do seol.

E o título do post?

Ontem minha filha me deu uma sapatilha bem graciosa de presente. Estreei-a para ir ao supermercado. Antes de sair ainda perguntei aos de casa se não era muito jovial a sapatilha. Não, não é.
As sapatilhas têm solados de borracha, e creio que, por isso o choque foi amortizado.
Benditas sapatilhas....

Porque hoje é domingo - Creio que não preciso explicar....




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