terça-feira, 22 de julho de 2008

Senador Magno Malta

O senador Magno Malta (PR) começa a voltar com a bateria recarregada à cena política. A CPI da Pedofilia, presidida por ele, alcançou repercussão internacional e ganhou destaque no jornal francês Le Monde no espanhol El Pais, numa nova demonstração de que o senador tem faro para escolher missões onde assume o papel de xerife.

Depois da exposição que conseguiu na CPI do Narcotráfico, a cruzada que o senador encabeça agora contra o abuso sexual de crianças é o tipo de tema que provoca comoção. Coincidência ou não, mais relatos sobre esse tipo de violência tem vindo à tona. Em Roraima, um procurador-geral do Estado foi acusado de envolvimento nesse tipo de crime. Aqui no Estado, a cada semana tem surgido um relato diferente. Até um contrato bizarro entre um pedófilo e um menino de 11 anos foi encontrado.

É impressão ou houve um aumento do número de casos? “Não aumentou. As pessoas é que estão adquirindo mais coragem de falar. Foi a CPI que alertou as pessoas”, responde a promotora de Justiça Karla Sandoval, que acompanha de perto as investigações.

Para Magno Malta, a CPI ajudou a quebrar a lógica de que o pedófilo era o desempregado, o alcoólatra: “Existe isso, mas também existem pedófilos nos condomínios, nas coberturas, em todos os lugares”.

O tema, de certa forma, deixa de ser tabu. O senador já percorreu São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Porto Alegre. Nos próximos dias, segue para Roraima. Por onde passa, ele se reúne com juízes, desembargadores, delegados e mostra fotos e vídeos chocantes apreendidos em operações da Polícia Federal e em álbuns do Orkut que estão sob investigação. Há casos terríveis de crianças de três anos e até bebês violentados.

As cenas são tão pesadas que as reações de quem vê são diversas. Alguns choram, outras não conseguem olhar. Há quem passe mal. “Mostrei ao presidente Lula e ele não conseguiu passar da segunda foto”.

O objetivo de exibir às autoridades o horror da pedofilia é um só, explica o senador: sensibilizar para que elas se lembrem dessas cenas na hora de julgar os acusados de praticar esse crime. Mas Magno não recorre apenas à emoção. A CPI da Pedofilia já conseguiu quebrar o sigilo dos álbuns do Orkut. Há também a proposta de tipificação de conduta: os abusos cometidos em criança de 0 a 14 anos serão considerados casos de pedofilia, com penas que podem chegar a 30 anos, sem progressão de regime.

Outro caminho é o termo de ajuste de conduta com as operadoras de internet. Há previsão, por exemplo, de que elas sejam obrigadas a criar filtros para que os computadores deletem automaticamente imagens de pornografia infantil.

A pedofilia, destaca o senador, movimenta US$ 3 bilhões por ano na Internet, sendo que o Brasil alcança uma triste primeira colocação nesse ranking. O senador alerta ainda para investigações paradas nos tribunais e em delegacias: “Existe o império do medo, da influência. E nós trataremos o nosso Estado com a mesma dureza dos outros Estados. Pode ser empresário, religioso ou político”.

Fonte: A Gazeta


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