sexta-feira, 11 de julho de 2008

Como uma flor vermelha...


Como uma flor vermelha...
À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.


Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.


Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.



Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética I

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